terça-feira, 29 de setembro de 2015

Besouro Preto Cap.3

   Maria Antônia subia o morro de motoboy, pensando em como dizer à sua mãe que tinha sido despedida. Antes de passar pela caçamba de lixo ao lado do parquinho, notou que o formigueiro parecia maior do que ontem. Desde criança gostava de observar insetos, pediu para descer ali mesmo. Faria o resto do trajeto à pé, depois de dar uma olhada no formigueiro.   Pagou o motoboy e o viu se afastar.  Catou um graveto do chão. Quando estava quase encostando o graveto no formigueiro, dezenas de larvas-tentáculo explodiram as paredes do formigueiro e avançaram em sua direção. Ela soltou um grito que foi rapidamente abafado quando entraram pela sua boca em uma velocidade estonteante. Ninguém viu, já era de noite e o formigueiro ficava atrás da caçamba . As larvas-tentáculo rodopiaram e devoraram suas entranhas fazendo um som de um cardume de piranhas atacando um boi. Ela só pode arregalar os olhos nos seus últimos segundos de vida. Deixaram a pele, os cabelos e as roupas. Estavam bem maiores agora. Serpentearam para dentro da caçamba, que exalava um cheiro forte de gato morto.
(continua)

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