terça-feira, 12 de setembro de 2017

Leiam

Acredito piamente no poder benéfico que livros possuem. Não acho que todos devam compartilhar a obsessão que eu tenho por esses agradáveis upgrades táteis de memória. História, biologia, etc, tudo pode ser importante, mas destaco aqui livros de ficção. Ler histórias inventadas, com personagens que não existem na realidade, desenvolve a empatia. Ouvir a voz interna de um personagem. Seus problemas, seus erros e acertos. Entrar na mente do outro. Sair de si.  Entender que existem no mundo coisas muito diferentes do que as que gostamos e estamos acostumados. Outras formas de pensar. Expandir o repertório de situações alheias ao nosso cotidiano. O poder libertador e curador das fantasias. Aceitar a existência da selva do subconsciente.  Proteger-se contra interpretações de texto prontas, feitas por outros, muitas vezes com propósitos escondidos. Alegorias e metáforas não são manuais de como viver. O exercício da alfabetização e a prática da leitura realizam mudanças morfológicas no cérebro, que previnem a demência senil. É melhor ler livros ruins do que livro nenhum e a venda de porcarias pode bancar obras-primas sem poder de venda. Mas livros de auto-ajuda não nos fazem sair de nossa caixa. Nem tudo nos diz respeito, nem tudo é da nossa conta. Não gostar é diferente de querer proibir. Ler livros ajuda a concentração e ocupa o tempo de uma forma mais saudável do que cuidar da vida do outro. Empatia também serve para deixar para lá, isso não é da minha conta. A vida não é um algoritmo do Facebook que nos fecha em bolhas homogêneas de opiniões semelhantes. A vida não é lugar para fazer pirraça. Se não concorda com alguma coisa, estude História para ver de onde isso veio. O passado está aí para nos ensinar. Nada vem do nada.

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